Eu nunca estivera ali antes, ao menos não pessoalmente. Era relativamente verde por todos os lados, árvores e mais árvores. Não me lembrava como havia chegado ali.
Prossegui os passos pela trilha encontrada, meus olhos fixaram-se a uma pequena luz não tão longe, eu segui até a mesma, havia ali no fim da trilha um monumento, uma estátua, as formas perfeitas de uma mulher, os cabelos soltos da estátua pareciam ser jogados para a direita, o mesmo lado em que meu cabelo estava sendo empurrado pela massa de ar.
Voltei meus olhos por todo o traço percorrido, que lugar era aquele? Porque estaria ali?
E então eu o avistei, este eu já havia visto antes, os ombros largos e o sorriso suave estampado, como o que eu já havia visto um dia. Eu não me lembro quando, mas eu sabia que o conhecia. Usava uma camisa preta e um jeans azul, os olhos castanhos eram tão evidentes daquela distancia. Ele parara, me observando próxima à estátua, mas eu sabia que seus olhos estavam em mim, e quando o olhei eu vi. Vi todas as lembranças, nós juntos em uma casa toda de madeira, frente à Torre Eiffel, em outros países, em outras casas, em trens, em metrôs, eu estava com ele. Sempre.
Meu peito se preenchera, mesmo distante, eu tinha certeza de seu cheiro, da sensação de seus braços à minha volta, mas parte de mim não se lembrava disso. Quando ele abriu um sorriso, minha razão deixou de se perguntar qualquer coisa, eu reconhecia o sorriso, aquele tão lindo, ele me pertencia. Ele era meu.
Nós nos aproximamos e nos abraçamos, a sensação já sentida antes parecia alguma novidade para meu coração, para este coração. Porém meu corpo correspondia tão completa e intensamente, sabia que a ele pertencia. Nossos corpos se viram ao chão, entrelaçados, unidos, eu sentia-o tocar meu rosto, meu cabelo, sorrir, mas ele nada dizia.
Eu mantive os olhos nos dele, sem evitar sorrir, sem evitar observar cada detalhe do rosto daquele estranho, estava vendo o jeito como ele mantinha-se perto de mim, como se me esperasse há anos. A sua prometida.
O vento soprou mais forte, ele me mantinha aninhada ao seu peito, só que dessa vez não deteve meus olhos que se levaram à nossa volta, não estava mais tão claro, nem mais tão verde, o gramado parecia coberto por uma sombra, meus dedos apertaram-se em seu braço e aquele homem tentou me manter segura ali, mas eu percebera que havia algo errado. Forcei meu corpo a se levantar, afastamos da árvore ao qual eu apoiava meus pés.
Voltei os olhos àqueles castanhos, perguntando o que acontecia, mas quando ele segurava meu rosto entre as mãos eu quase esquecia de que estava em um lugar desconhecido, queria permanecer em seus braços. Com seu aroma.
Quando me soltei, senti-o puxar meu braço com certa possessividade. Ele não queria que eu visse. Ele não queria que eu os visse.
Mas lá estava a floresta, mais escura agora, o cheiro dali era tão bom, mas quando ele tentou me virar para si, eu forcei-me a manter olhando por entre as árvores e eu os vi, saindo, os casais, as moças vinham andando pela trilha, sozinhas. Como eu vim. Iriam se encontrar com alguém.
Entortei os lábios e arqueei as sobrancelhas, meus passos decorreram para próximo à trilha, mas eu fui segurada, mais uma vez era ele, ele e seu olhar sedutor. Mas a razão tinha recobrado e agora eu corria, perto da mulher. Enquanto me aproximava, meu coração absorvia de um susto tranquilo, paradoxal. Era como olhar um espelho.
Ela vinha, seguia a luz também, e logo o encontraria. O meu espelho, só que desta vez ela parou-se frente a mim, seus olhos âmbar pararam ao fitar aos meus, idênticos. Sua voz não saiu. Nem a minha, sondei a nossa volta e encontrei aquele homem atrás de mim, sua voz emitia prece, para que eu parasse, para que eu voltasse. "O ciclo tem que continuar, minha Serena.", sua voz soava tão suave, mas estava nervoso, a mulher a minha frente apertou os lábios, arregalando os olhos.
E quando a olhei de novo, ela estava desmanchando, ela era eu. Seus olhos estava se desmanchando e os pedaços de seu corpo caindo. Ela virou pó e quando o fez, eu me virei para ele, em nenhum instante ele soltou os dedos de meu pulso.
Voltei os olhos àqueles castanhos, perguntando o que acontecia, mas quando ele segurava meu rosto entre as mãos eu quase esquecia de que estava em um lugar desconhecido, queria permanecer em seus braços. Com seu aroma.
Quando me soltei, senti-o puxar meu braço com certa possessividade. Ele não queria que eu visse. Ele não queria que eu os visse.
Mas lá estava a floresta, mais escura agora, o cheiro dali era tão bom, mas quando ele tentou me virar para si, eu forcei-me a manter olhando por entre as árvores e eu os vi, saindo, os casais, as moças vinham andando pela trilha, sozinhas. Como eu vim. Iriam se encontrar com alguém.
Entortei os lábios e arqueei as sobrancelhas, meus passos decorreram para próximo à trilha, mas eu fui segurada, mais uma vez era ele, ele e seu olhar sedutor. Mas a razão tinha recobrado e agora eu corria, perto da mulher. Enquanto me aproximava, meu coração absorvia de um susto tranquilo, paradoxal. Era como olhar um espelho.
Ela vinha, seguia a luz também, e logo o encontraria. O meu espelho, só que desta vez ela parou-se frente a mim, seus olhos âmbar pararam ao fitar aos meus, idênticos. Sua voz não saiu. Nem a minha, sondei a nossa volta e encontrei aquele homem atrás de mim, sua voz emitia prece, para que eu parasse, para que eu voltasse. "O ciclo tem que continuar, minha Serena.", sua voz soava tão suave, mas estava nervoso, a mulher a minha frente apertou os lábios, arregalando os olhos.
E quando a olhei de novo, ela estava desmanchando, ela era eu. Seus olhos estava se desmanchando e os pedaços de seu corpo caindo. Ela virou pó e quando o fez, eu me virei para ele, em nenhum instante ele soltou os dedos de meu pulso.
Abri a boca para dizer algo e me soltei bruscamente, assustada e horrorizada. Quando sua pele deixou de estar em contato com a minha, ele dissipou, assim como ela, só que dentro de seu corpo, o pó era negro. E quando o vento o soprou, cegou-me a vista, a escuridão engolira-me por completa.
Despertei.
Meus dedos correram pela extensão de minha pele, como se procurassem algum vestígio de pó. Estava inteira. Por completo. Respirei fundo, apertando os dedos no lençol e sentando na cama, olhando envolta.
Nada. Ninguém.
Entortei os lábios, aliviada, levantando e caminhando para a cozinha, já vestida por conta do horário, trabalho. Não demorei a chegar ao escritório onde minha amiga Denise já estava apressada como sempre, mas desta vez não era pressa. Era ansiedade. Não me atrevi a perguntar o motivo, e nem precisei. Ela apontara, da forma mais disfarçada, para a porta, onde eu pude ver entrar, um homem de olhos castanhos e cabelos escuros. Era o novato. Juro que de todas as pessoas ali presentes seus olhos sondaram e encontraram facilmente, vieram aos meus, eu senti minha pele queimar e ao mesmo tempo um arrepio na espinha.
Era ele. E quando a janela aberta soprou vento, eu pude dele ver flutuar um pó suave, então havia um sorriso em seus lábios, as memórias voltaram a minha mente. Do não vivido, mas estávamos juntos, em Paris, em Los Angeles, cidades, países, lugares, casas, navios. E em todas essas vezes ele tinha aquele sorriso entorpecedor que mantinha meus olhos vidrados a ele, e em todas as vezes eu terminava com uma faca encravada no peito e o coração retirado. O coração era dele, eu era sua prometida. E ele me buscaria, embebedaria-se do amor de minha alma e tomaria o que era seu. Eu.
Despertei.
Meus dedos correram pela extensão de minha pele, como se procurassem algum vestígio de pó. Estava inteira. Por completo. Respirei fundo, apertando os dedos no lençol e sentando na cama, olhando envolta.
Nada. Ninguém.
Entortei os lábios, aliviada, levantando e caminhando para a cozinha, já vestida por conta do horário, trabalho. Não demorei a chegar ao escritório onde minha amiga Denise já estava apressada como sempre, mas desta vez não era pressa. Era ansiedade. Não me atrevi a perguntar o motivo, e nem precisei. Ela apontara, da forma mais disfarçada, para a porta, onde eu pude ver entrar, um homem de olhos castanhos e cabelos escuros. Era o novato. Juro que de todas as pessoas ali presentes seus olhos sondaram e encontraram facilmente, vieram aos meus, eu senti minha pele queimar e ao mesmo tempo um arrepio na espinha.
Era ele. E quando a janela aberta soprou vento, eu pude dele ver flutuar um pó suave, então havia um sorriso em seus lábios, as memórias voltaram a minha mente. Do não vivido, mas estávamos juntos, em Paris, em Los Angeles, cidades, países, lugares, casas, navios. E em todas essas vezes ele tinha aquele sorriso entorpecedor que mantinha meus olhos vidrados a ele, e em todas as vezes eu terminava com uma faca encravada no peito e o coração retirado. O coração era dele, eu era sua prometida. E ele me buscaria, embebedaria-se do amor de minha alma e tomaria o que era seu. Eu.